Um novo foco nas discussões sobre os adolescentes infratores, a impunidade e as perspectivas de futuro
26/04/2013
Nas redes sociais, defensores e opositores da redução da maioridade penal trocam farpas em discussões acaloradas. Na imprensa, acadêmicos, políticos e criminalistas dividem-se entre aqueles que querem a redução da maioridade e/ou o aumento do período de internação dos infratores e aqueles que defendem soluções de viés “humanista”, com foco em educação e ressocialização. Neste debate todo, um tópico importantíssimo está ficando esquecido: a inserção do jovem no mercado de trabalho.
Em um país com ensino precário, carente de opções de estudo e lazer, adolescentes e jovens passam a maior parte do tempo ociosos. Enquanto suas mães trabalham – não custa lembrar que 37,4% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, e destes, cerca de 1/3 são comandados por mães sozinhas, que não têm o apoio sequer de outros familiares –, meninos e meninas ficam à mercê de más influências, dos recrutadores do tráfico e da promessa do prazer rápido proporcionado pelas drogas. Não que a pobreza ou a falta de oportunidades levem necessariamente à criminalidade. Obviamente, as pessoas fazem escolhas. Mas a falta de uma estrutura familiar razoável afeta, sim, a estabilidade e a formação emocional desses jovens.
Não basta discutir, portanto, essa grave questão social sob o viés de suas implicações criminais. Temos de pensar na perspectiva da construção do futuro.
É este o objetivo do Debate Ampliação, que acontecerá em 13/5, a partir das 9 horas, na sede do Secovi-SP (Rua Dr. Bacelar, 1043 – Vila Mariana, São Paulo, SP), com as presenças ex-Ministro do Trabalho Almir Pazzianotto, do desembargador da Vara da Família, Antônio Carlos Malheiros, do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos; do advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira (ex-presidente da OAB), do procurador de Justiça, Felipe Locke Cavalcanti, e do empresário Antonio Setin, entre outros.
Informações e inscrições: www.ampliar.org.br ou (11) 5591-1306.