Evento aconteceu no Buffet França, na Capital, dia 22/11
“Prezados convidados para mais um jantar beneficente do Ampliar, a quem agradeço pela valiosa colaboração.
Ilustres patrocinadores, apoiadores, diretores do Secovi-SP e do Ampliar, equipes de funcionários das duas entidades, cuja contribuição foi decisiva para a realização deste grandioso evento, e representantes da imprensa presentes.
Caro Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, entidade onde nasceu o Ampliar e assim se projetou como das primeiras organizações de classe a atuar efetivamente no campo da responsabilidade social.
Não poderia deixar de agradecer a todos que permitiram a edição deste jantar beneficente, emoldurado por um tema muito especial: uma noite em Israel, homenagem a um povo de tradições milenares.
Sem dúvida, teremos uma noite encantadora, cuja finalidade é angariar recursos para um projeto que, desde 1990, está mudando a vida de jovens em situação de risco social, por meio da profissionalização e consequente inserção no mercado formal de trabalho e de consumo, bem como do estímulo ao empreendedorismo.
Nesses 22 anos de atividades, o Ampliar já profissionalizou mais de 36 mil adolescentes e jovens de extratos sociais menos favorecidos. Pelo menos 70% deles conseguiram seu emprego ou se tornaram empreendedores, contribuindo, assim, para a dinâmica econômica.
Este evento e outras iniciativas permitem alcançar nosso objetivo de incrementar a grade de cursos oferecida, bem como a capacidade de atendimento, uma vez que a demanda é crescente.
Isso é ótimo, pois, em essência, o Ampliar forma cidadãos.
Todavia, somos obrigados a recusar muitos candidatos, que apresentam um problema legal insuperável: a idade. Afinal, o governo proíbe que menores de 16 anos entrem no mercado formal de trabalho.
Regularmente, pais de alunos que ingressaram no Ampliar nos procuram para que seus irmãos menores também frequentem nossos cursos. Sabem que deixá-los sem ocupação útil, disponíveis nas ruas, é risco de perdê-los para a marginalidade.
Infelizmente, vimos a tristeza toldar seus olhos ansiosos quando somos obrigados a dizer “agora não”. Somente a partir dos 16 anos, pois, diz a lei, criança deve ter direito à infância, ir à escola e, no período livre, brincar.
Porém, está comprovado que a ‘brincadeira’ de muitos garotos de 13 anos ou menos é traficar nas cracolândias da vida. Ocupam seu tempo livre da pior maneira possível. Uma triste verdade, resumida por um recado que circula na internet: “No Brasil, o menor pode roubar, matar, estuprar, formar quadrilha, se prostituir, agredir pais e professores e, ainda por cima votar, definindo o futuro do País.
Só não pode trabalhar, levar palmadas e responder pelos próprios crimes devido a nossa fraca legislação, ficando a mercê da droga e do crime organizado. O dinheiro vem fácil, mas a vida também vai fácil, não se tem conhecimento de traficante velho, todos morrem cedo.
Tenho certeza que são testemunhas de que entre seus amigos, parentes, conhecidos ou mesmo muitos de vocês começaram a trabalhar ali pelos 12 ou 13 anos de idade, e são os responsáveis pelas bases do desenvolvimento econômico desta Nação.
Este é um tema que o País tem de enfrentar com seriedade. Não adianta mais tapar o sol com a peneira com lei de aprendiz cuja burocracia é tamanha que vira castigo para o empregador.
Enquanto isso não muda, vamos fazendo o que é possível. Portanto, é importante registrar que o jantar desta noite significa para os seus participantes muito mais que um prato, que uma noite festiva. Significa colocar na mesa de muitas famílias oportunidades concretas de um futuro melhor.
Isto porque cada jovem que encaminhamos transforma não apenas a sua vida, mas a de todos os que dela participam, por meio de seu exemplo inspirador. Esse é o grande propósito do Ampliar, um propósito que, sabemos, é compartilhado por todos vocês.
Assim, em nome dos milhares de alunos do Ampliar já formados e a formar, só posso dizer: muito obrigada, lembrando que a cada oportunidade que se abre é uma porta que se fecha para as ruas.”