Convenção Secovi debate a escolha de um projeto social para investir

O conceito de valor compartilhado foi explorado em apresentação de Aron Zylberman, do Instituto Cyrela. Maria Helena Mauad apresentou o trabalho do Ampliar
14/09/2012

Aron Zylberman, Maria Helena Mauad, Luiza Camargo, Livio Giosa, Roberta e Milton Bigucci

No primeiro dia da Convenção Secovi-SP 2012, um dos painéis abordou os Meios de Atuação Social no Mercado Imobiliário. Organizado por Roberta Bigucci, coordenadora de Projetos Sociais Especiais do Sindicato, e Luiza Camargo, integrante do NE (Novos Empreendedores do Secovi-SP), o painel contou com palestras de Aron Zylberman, diretor executivo do Instituto Cyrela, e de Maria Helena Mauad, presidente do Ampliar e do FASC (Fórum de Ação Social e Cidadania) da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Livio Giosa, vice-presidente da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil) e presidente do IRES (Instituto ADVB de Responsabilidade Socioambiental), participou dos debates.

Para Zylberman, as empresas devem assumir a liderança das questões sociais, pois o modelo ideal – segundo o qual as empresas fazem produtos e serviços e o Governo cuida da sociedade – ainda está muito distante da realidade brasileira. Ele citou dado recente do Instituto Paulo Montenegro que aponta analfabetismo funcional em 38% dos universitários. “Se as empresas não se preocuparem com educação, por exemplo, a produtividade vai cair, comprometendo a expectativa dos empresários de torná-las fortes e perenes”, explicou.  “Se a empresa está preocupada com a sua perenidade, deve se preocupar com questões sociais.”

A escolha, por uma empresa, de um projeto social para investir deve levar em consideração o conceito de “valor compartilhado”, onde os interesses da empresa e da sociedade são contemplados. “Há uma convergência de interesses, é o benefício social combinado com o econômico”, disse Zylberman.

Por exemplo, a Cyrela sofre com a baixa qualificação profissional, por isso investe em projetos voltados para educação, como o Ampliar, que educa e profissionaliza jovens em situação de risco social. “Muitas causas são legítimas, mas qual delas traz oportunidade real de valor compartilhado para a empresa?”, questionou.

Os valores agregados que resultam desse investimento, de acordo com o diretor do Instituto Cyrela, são vários: reputação, fidelização de clientes, retenção de funcionários (“cada vez mais as pessoas querem dar sentido à sua vida e se orgulhar do lugar onde trabalham”), atração de novos talentos (pessoas que admiram a empresa e querem fazer parte dela).

Zylberman também falou do papel dos líderes das empresas que decidem implantar um programa social. “Eles devem enxergá-lo com algo central no negócio e não como mais um ‘programa da moda’”. O setor em que a empresa está inserida também deve trocar ideias, compartilhar experiências e copiar boas práticas. Ele sugeriu a criação de um manual de boas práticas socioambientais, adesão ao Pacto Global da ONU, publicação de relatórios de sustentabilidade e apoio ao Ampliar, que é um programa social nascido no mercado imobiliário. “Ser responsável socioambientalmente, além de ser a coisa certa a fazer, é um bom negócio.”

Maria Helena Mauad apresentou para o público o Projeto Ampliar, relatando a história de sua fundação, há 22 anos, no Jardim São Bernardo (região do Grajaú), numa época em que a violência ganhou grandes proporções na cidade de São Paulo. “Os adolescentes querem ter seu dinheiro para comprar suas coisas, roupa e tênis da moda, e devem conquistar isso trabalhando honestamente e com dignidade”, disse a presidente do Ampliar. “Jovens que estão na criminalidade podem ser recuperados sim, temos muitos exemplos na nossa instituição. O nosso trabalho é um investimento na própria sociedade, que terá menos violência e crime ao educar e profissionalizar essas pessoas.”

Além do vídeo institucional do Ampliar, o público pôde assistir a um trecho da reportagem “Mente Criminosa”, exibido pela Rede Record recentemente, relatando a história de sociopatas, como Fernandinho Beira-Mar.

Livio Giosa, da ADVB, fechou o painel falando sobre a importância da continuidade dos trabalhos sociais. “Só é possível fazer ações de responsabilidade socioambiental se houver gestão contínua”, disse, enfatizando que tudo o que foi dito é válido para empresas de qualquer porte.

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